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A LINGUÍSTICA É UMA CIÊNCIA DE OUTRO MUNDO!

 

Vitor Hochsprung (UFSC/FAPESC)

Amigos terráqueos, vou contar uma novidade para vocês: assim como no planeta Terra, lá de onde eu venho a gente também tem línguas sem sistema de escrita. Eu descobri que aqui no planeta de vocês há muito mais línguas sem sistema de escrita do que com – se vocês não sabiam disso, eu acho que sou mais terráqueo que vocês. Brincadeira!

O desafio de hoje tem justamente a ver com língua falada e língua escrita. Vocês já repararam como vocês falam diferente do que escrevem? O que me fez pensar nisso foi um bilhete que achei no chão. Antes de partir para os dados linguísticos, inclusive, quero dar uma faladinha com vocês sobre isso. Poxa vida, gente! Sabia que a Terra é notícia nos outros planetas? Ela é tão linda, tão verde, mas os terráqueos fazem questão de estragá-la jogando lixo no chão. Isso não é legal. Bronca dada, vamos ao bilhete. Era uma lista de compras com um recado.

 

 

 

 

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O BRASILEIRO COME LETRA, MAS SÓ ÀS VEZES!

VEJAM SÓ:

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Eu ainda não entendo muito bem o Português Brasileiro, então pedi para o @vitorlinguística ler para mim.
Ele leu assim:

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Aí eu consultei o Etfon, meu amigo do grupo de pesquisa que está pesquisando a fonética e fonologia das línguas terráqueas. Ele é fera quando o papo é sobre o som, mas ironicamente o gosto musical dele é péssimo. Enfim, vamos ao que interessa! Ele me indicou uns textos que ele traduziu para a nossa língua sobre ditongos no português. Depois de ler e entender do que se trata, formulei uma hipótese:

 

 

 

           

Achei que eu estava arrasando, mas o Etfon me deu um toque sobre as palavras “peito”, “dexei” – que o som de “i” na última sílaba é pronunciado – e “pai”. Eu insisti na minha ideia, porque sou teimoso e fui perguntar para o Vitor se ele produziria essas palavras como “peto”, “deixê” e “pá”. Poderia ter sido só uma variação. Só que ele disse que não produziria de maneira alguma. Maldito terráqueo que só serve para fazer miojo!

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De  acordo com os  dados “caxa”, “quejo”, “pexe”, “dexei”, “dinhero”, “embaxo” e “bejos”, possodizer que quando tem, na escrita, os ditongos “ai” e “ei”, o brasileiro pode não pronunciar o “i”.

PRIMEIRAS CONCLUSÕES

 

Estou até agora matutando esses dados. Lá no instagram do Vitor, um estudioso chamado Victor Renê, que é mestrando em Estudos Linguísticos na UFS e pesquisa o fenômeno de monotongação na fala e na leitura em voz alta de universitários sergipanos, disse o seguinte: na verdade, os estudos mostram que existe uma relação com o som que vem depois do ditongo. No caso dos ditongos “ai” e “ei”, a monotongação é favorecida quando sucedida de sons representados pelas letras “j”, “r” e “x”.

Só que ele propôs mais algumas reflexões: será que a monotongação acontece do mesmo modo na fala e na leitura? Ou o ditongo escrito interfere nesse processo? E como definimos quando há um ditongo ou uma vogal simples? Será que “de ouvido” conseguimos perceber?

 

O QUE VOCÊS ACHAM, PESSOAL? 

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